Sunday, November 21, 2010

A NATO aprovou hoje, em Lisboa, o processo de transição no Afeganistão e iniciou uma nova relação com Moscovo.

A NATO aprovou hoje, em Lisboa o processo de transição no Afeganistão e iniciou uma nova relação com Moscovo, numa cimeira que, segundo José Sócrates, marca a passagem da organização para uma era de cooperação.

"Um período difícil de tensão está passado", proclamou o Presidente russo, Dmitri Medvedev, que não colocou completamente de parte uma futura adesão russa à NATO. O seu homólogo norte-americano, Barack Obama, salientou que a NATO sai reforçada de Lisboa e com capacidade para enfrentar os desafios de segurança no século XXI: "Viemos a Lisboa com uma tarefa chave, que era revitalizar a nossa Aliança para estar ao nível dos desafios dos nossos tempos. Foi isso que fizemos".

Anders Fogh Rasmussen, secretário-geral da NATO, e o Presidente afegão, Hamid Karzai, assinaram em Lisboa um acordo que formaliza o processo de transição no Afeganistão, entre 2011 e 2014, que culminará com a entrega total da responsabilidade pela segurança do país aos próprios afegãos. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu que o processo deve desenrolar-se com base "em realidades e não em calendários", defendendo que "não há atalhos para a paz".

Quanto à coopação entre a Aliança e a Rússia, Rasmussen disse que se estenderá ao nível da defesa antimíssil e considerou que Lisboa "foi um verdadeiro ponto de viragem", onde as duas partes ajudaram a "enterrar os fantasmas do passado", numa alusão à Guerra Fria.

O primeiro-ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, resumiu os dois dias de trabalho: "Assistir a esta cimeira, ouvir os EUA, a Rússia, a Alemanha, a Polónia a trabalhar na mesma direcção, a cooperar nos grande assuntos da segurança colectiva internacional, representa um acontecimento histórico".

Os líderes da NATO também aprovaram um plano de redução dos efectivos da estrutura da organização e adiaram a decisão sobre o "mapa geográfico" dos quartéis até Junho de 2011. A esse propósito, José Sócrates manifestou "total confiança de que Portugal manterá um comando da NATO".

A cimeira decorreu sob fortes medidas de segurança e sem violência nas ruas, ao contrário do ocorrido noutras cidades em anos anteriores, apesar de dezenas de milhares de pessoas se terem manifestado em Lisboa para protestar contra a NATO.

20 Novembro 2010 | 21:02
Lusa

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